Acidificação dos Oceanos: o que é?


A acidificação dos oceanos é uma das consequências das mudanças climáticas. Quando a água do mar absorve CO2 da atmosfera, seu PH é reduzido, o que resulta em maior acidez. Dessa forma, há diminuição na concentração de carbonato de cálcio, dificultando a formação de conchas ou esqueletos por espécies como ostras, moluscos e corais. Portanto, o caminho para abrandar esses danos é a drástica redução de gases de efeito estufa, embora mesmo que as emissões sejam zeradas amanhã, os gases, hodiernamente, presentes na atmosfera levarão décadas para se dissipar.


Hoje, cerca de 28% da população do mundo vive em regiões costeiras, ou seja, mais de dois bilhões de indivíduos dependem direta ou indiretamente dos ecossistemas marinhos, a partir do fornecimento de 170 milhões de toneladas de frutos do mar anualmente – o que corresponde a 15% de toda proteína, comumente, consumida por seres humanos, conforme o Relatório Especial sobre o Oceano e a Criosfera em um Clima sob Mudança, produzido pelo Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC). Além disso, os oceanos são imprescindíveis para regular o clima global, devido à absorção de CO2 e calor atmosférico, evitando, assim, um aquecimento maior da Terra. Em decorrência da circulação oceânica, o calor é distribuído dos trópicos para os polos e o fundo do mar. Por conseguinte, determina os padrões de chuvas e as temperaturas da superfície, que, por sua vez, influenciam nos climas regionais.


De fato, os mares possibilitam a circulação de nutrientes que servem de alimentos para diversas formas de vida marinha. Ademais, outro fator que demonstra a importância dos oceanos é que, neles, são produzidos 70% do Oxigênio presente na atmosfera. Então, é fundamental para inúmeros seres vivos, nos mais diferentes habitats.


Dentre as ameaças das mudanças climáticas à conservação oceânica, pode-se citar o derretimento de gelo polar que gera aumento no nível do mar, cujas consequências são extinguir populações costeiras e potencializar o fenômeno El Niño somado de suas implicações. Em suma, o El Niño é o aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, na faixa equatorial leste, e o deslocamento dessa massa de água, decorrente do enfraquecimento dos ventos alísios. Logo, acarreta menor quantidade de peixes, produz secas extremas e eleva as temperaturas à medida em que chuvas torrenciais caem sobre determinadas regiões.


Enfim, precisamos optar por solucionar uma das bases do problema: a intensificação do efeito estufa. Desse modo, é necessário investir o desenvolvimento tecnológico para aprimorar a geração de energia com fontes renováveis, como a eólica, a solar, a marinha, a geotérmica e a de biomassa. Então, haverá uma relação mais sustentável entre a humanidade e os recursos naturais que lhe possibilitam a manutenção da vida.