O Pampa, ou Campos Sulinos, é um bioma localizado no sul da América do Sul, sobretudo no Brasil, no Uruguai e na Argentina. A região plana – significado do seu nome de origem quéchua, idioma indígena que era utilizado no Império Inca – ocupa apenas cerca de 2% do território brasileiro e está presente unicamente no estado do Rio Grande do Sul. Entretanto, contém a maior biodiversidade por m² entre os ecossistemas do país. Segundo os pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), há 57 espécies diferentes de plantas em apenas 1m² de campo nativo.
Contudo, o bioma tem sido ameaçado pelo avanço da monocultura de soja. De acordo com os dados divulgados em junho de 2019 pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 43,7% da vegetação nativa já fora suprimida. Por conseguinte, desde outubro do mesmo ano, os agricultores lidam com uma estiagem história. Desse modo, devido à falta de chuvas, o pasto nativo cresceu pouco.
Em 2004, o governo federal reconheceu oficialmente o pampa como bioma. Composto de planícies, serras e coxilhas, o conjunto de ecossistemas abarca cerca de 3 mil espécies de plantas, 500 espécies de aves, animais terrestres e espécies endêmicas, como o Tuco-tuco e o sapinho-de-barriga-vermelha. Além disso, é na região que se encontra o Aquífero Guarani, uma das maiores reservas subterrâneas de água do mundo.
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Uma exclusividade do pampa é que a ação do gado, quando criado de forma extensiva, é benéfica às principais espécies de gramíneas e leguminosas. No entanto, o Inpe registrou aumento de 343% no índice de queimadas na região só no primeiro semestre de 2020, o que gera preocupação quanto ao mantimento da biodiversidade do bioma.
Outro dado alarmante em relação aos campos sulinos é a perda de 2,3 milhões de hectares nos últimos 34 anos, a qual equivale a 21% da região, segundo a Rede MapBiomas – responsável pela análise de cobertura e uso do solo no Brasil. Ademais, entre 2007 e 2019, 11% da cobertura campestre da sua vegetação nativa foi perdida. Essa taxa, por sua vez, é superior a de 1985 a 2006, cujo percentual foi de 4,7%.
O Pampa é ocupado, predominantemente, pela agricultura (41% do território). Logo, os especialistas alertam sobre a necessidade de uma regulamentação específica que proteja os Campos Sulinos, a fim de garantir um uso sustentável da terra. Portanto, para que ocorra a conservação das espécies vegetais do local sem que sejam substituídas por uma só, devido à monocultura, o poder público precisa trabalhar com as universidades para conter sua destruição.