Essa semana tivemos a premiação do Oscar com uma pequena aglomeração. Isto foi possível porque todos os participantes estavam vacinados. Assim como aconteceu em um experimento em Barcelona, um show para 5 mil pessoas onde apenas 6 (sim, seis) se infectaram. Melhor ainda foi o show em um estádio da Nova Zelândia onde mais de 50 mil (!) pessoas estiveram presentes.
Esses eventos só estão sendo possíveis pelo avanço das campanhas de vacinação desses países, além das regras de distanciamento adotadas para diminuir a taxa de contaminação. A Nova Zelândia, país que seguiu à risca todos os protocolos do jeito certo desde o princípio, agora colhe os melhores frutos dessas decisões tomadas pela sua primeira-ministra. Não existe mais “novo normal” por lá. As coisas já estão voltando a ficar como se nunca tivesse acontecido uma pandemia mundial.
Por aqui, com uma campanha pífia de vacinação, ficamos à mercê do desgoverno. Sem vacinas nem para a segunda dose dos já vacinados, não há perspectiva de voltarmos a ter eventos culturais. Pelo menos não antes do ano que vem.
Várias tentativas já foram feitas. Aqui em Porto Alegre, por exemplo, tínhamos o Porto Verão Alegre marcado para esse ano, mas aí veio a bandeira preta. É muito fácil culparmos a população, e é até repetitivo ter que lembrar que a culpa por tudo que vem acontecendo nos últimos meses é do governo. Se tivéssemos um governo competente, que cuidasse da sua população e tivesse um plano de contenção da pandemia, estaríamos agora podendo organizar nossos eventos culturais. Infelizmente seguimos vendo aglomerações clandestinas, normalmente de gente rica, sem nenhuma punição, e um abre-fecha do comércio que não salva vidas nem a economia.
As lives perderam o fôlego do ano passado, mas os artistas seguem tentando se manter pelos meios que consegue. Mas ver estes eventos acontecendo nestes outros países nos traz uma pequena esperança de que existe um jeito de sair disso tudo e voltarmos ao mundo como era antes. Os impactos no setor cultural ainda não são conhecidos, talvez a gente nunca saiba o tamanho verdadeiro da crise que enfrentamos. Mas existe luz no fim do túnel.