Esta semana, a série brasileira Cidade Invisível ficou no top 10 das mais assistidas na Netflix de 60 países diferentes. A série traz no enredo personagens mitológicos do folclore brasileiro, como o Saci, a Cuca, o Boto, entre outros. E os retrata muito bem. Me arrisco a dizer que é da melhor forma que já se viu na TV desde a Caipora do Castelo Ratimbum.
O folclore brasileiro é riquíssimo, com várias entidades e histórias diferentes nas diversas regiões desse Brasilzão gigante. Mas as mais conhecidas vêm em grande parte da região norte, e tem origem nos verdadeiros donos dessa terra: os índios. Portanto, salvar o folclore brasileiro é salvar a cultura indígena, que tanto já sofreu na nossa história.
Histórias como a do Boto-Cor-de-Rosa, por exemplo, são contadas desde séculos atrás pelas mais diversas tribos indígenas que habitam o país, e existem registros (escassos, mas existem) de representações da história em rituais na Amazônia. Teria essa sido a origem do teatro brasileiro antes mesmo da chegada dos colonizadores? Talvez. O pouquíssimo que se sabe dessa época se dá pelas atitudes dos europeus contra o povo que aqui já vivia.
O folclore brasileiro é vivo, e está sempre em movimento. A grande maioria das histórias são passadas de boca a boca, obviamente ganhando variações a cada vez que são contadas. É impressionante o pouco que as grandes mídias do país utilizam esse acervo riquíssimo que nós temos. Dá pra contar nos dedos as grandes produções (e até as não tão grandes assim) que retratam essas histórias que já estavam aqui muito antes da gente.
E vocês sabiam que a Associação Cultural Cavalo de Troia tem uma história sobre o folclore brasileiro para contar? Pois é, mas eu não vou dar spoilers sobre a história da Caipora. Ela um dia ainda vai ser contada nos palcos para todo mundo assistir.