A Tundra é um bioma composto de ecossistemas sem árvores encontrado no Ártico e no topo das montanhas, onde faz frio, tem ventos e a chuva é escassa. Além disso, suas terras são cobertadas por neve durante a maior parte do ano, com exceção do verão, estação em que há rajadas de flores silvestres. Por conseguinte, as plantas de almofada – as quais caracterizam-se como uma flora resistente – crescem em depressões rochosas, já que, nestas, é mais quente e são protegidas do vento. Assim, cabras da montanha, ovelhas, marmotas e pássaros se alimentam das plantas e dos insetos da baixa altitude, vivendo, então, na tundra alpina.
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Existem dois tipos distintos de Tundra: a Alpina e a Ártica. A Tundra Alpina está presente nas montanhas, nas quais as árvores não conseguem crescer em grandes altitudes. Lá a temporada de crescimento dura em torno de 180 dias. A Tundra Ártica, por sua vez, se estende da borda do Oceano Ártico à Floresta de Coníferas – a Taiga.
Na Tundra Ártica, a temperatura média vai de -34 a -6 graus Celsius e o verão dura apenas de 50 a 60 dias. Mesmo assim, abarca uma variedade de animais, dentre eles, pode-se citar as raposas árticas, os ursos polares, os lobos cinzentos, os caribus, os gansos da neve e os bois almiscarados. Logo, as espécies de plantas e animais do bioma são bem vulneráveis a estresses ambientais, como a redução da quantidade de neve que o cobre e as temperaturas mais elevadas, resultantes das mudanças climáticas.
Devido às mudanças climáticas, as raposas vermelhas, por exemplo, que fazem parte do grupo de animais que, geralmente, vive mais ao sul, estão se direcionando para o norte da tundra. Desse modo, inicia-se uma competição com as raposas do Ártico por conta de alimento e território. A longo prazo, contudo, os impactos são desconhecidos.
As alterações no bioma não param por aí. As aranhas-lobos estão crescendo e prosperando. Já os arbustos tornam-se mais altos, o que acarreta declínio dos líquens que servem de alimentos para os caribus e outras espécies. Ademais, está ocorrendo a evaporação e a drenagem de lagos e lagoas.
O clima mais quente tem deteriorado o permafrost do Ártico, o qual é uma camada de solo congelado e de plantas mortas que se expande até cerca de 450 metros abaixo da superfície. Normalmente, mantém-se, em grande parte do Ártico, congelada o ano todo. Nas regiões sul do Ártico, durante o verão, a camada supercial localizada acima do permafrost derrete e possibilita a formação de pântanos e lagos rasos que convida uma explosão de vida animal. Portanto, os insetos se espalham pelo local e milhões de aves migratórias se alimentam deles.
No entanto, com as mudanças climáticas, o congelamento de queda ocorre mais tarde – recentemente, em alguns lugares, não todos. Desse modo, arbustos e abetos passam a criar raízes que, agora, pontilham a paisagem do permafrost. Por fim, há uma alteração no habitat dos animais nativos.
Os cientistas, ademais, têm estudado outra questão: a do carbono na atmosfera. O solo congelado do bioma Tundra contém em torno de uma vez e meia a quantidade de carbono já presente na atmosfera hodiernamente, além de grandes quantidades de metano – outro gás potente do efeito estufa. Até então, a Tundra executava o papel de sumidouro de carbono e capturava relevantes quantidades de dióxido de carbano já na atmosfera para o processo de fotossíntese. Assim, vem colaborando para evitar a acumulação desse gás de efeito estufa.
Contudo, conforme o permafrost vai derretendo e o material vegetal morto se decompondo, há liberação de gases de efeito estufa. Assim, a Tundra estaria contribuindo para o acúmulo de carbono na atmosfera. Então, substituir combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis, como a solar e a eólica, que não produzem emissões de gases de efeito estufa, é uma alternativa para preservar as funcionalidades benéficas à biodiversidade executadas na Tundra.