O que são os NFTs, os Tokens Não Fungíveis?


Non Fungible Tokens, ou Tokens Não Fungíveis em português, podem
ser literalmente qualquer coisa. Calma, eu explico. Esses “Tokens”, que pode
ser qualquer propriedade intelectual, na sua maioria digital, mas não
necessariamente; não são fungíveis, ou seja, não podem ser substituídos, são
únicos. É a “obra” original.
Quando eu digo que qualquer coisa pode virar um Token, eu digo
qualquer coisa mesmo. Um tweet, um vídeo de uma jogada de basquete, uma
foto de uma pessoa segurando cartas de Pokémon…tudo pode ser considerado
Token, e, com isso, ser vendido. E na grande maioria das vezes por uma
quantia exorbitante de dinheiro. O NFT tem um registro que afirma a
originalidade do item. Várias pessoas podem baixar um quadro da Mona Lisa,
por exemplo, mas apenas o quadro do Museu do Louvre é o original,
considerado verdadeiro. A mesma coisa acontece com os NFTs, várias
pessoas podem ter cópias desse áudio, GIF, vídeo, imagem ou etc., mas só
uma terá a exclusividade da “obra” original.
Mas afinal isso é bom ou ruim? A resposta mais curta é: depende.
Com os NFTs artistas podem vender seus produtos diretamente para
seu público, sem depender de um intermediário, como uma gravadora, ou um
produtor que vende ingressos. Basta ter alguém querendo comprar e pronto.
Porém isso também gera os seus problemas. Entre eles está a questão
ambiental, o fato de que se consome muita energia elétrica para se criar os
NFTs, mas não vamos tocar nesse assunto agora. Um dos principais
problemas é na cultura que isso alimenta.
A grande maioria dos NFTs são produtos vendidos por milhões de
dólares, como um vídeo de 10 segundos (!) de uma jogada do Lebron James,
que poderia trazer uma discussão sobre esporte ser arte ou não, mas isso
também é um assunto para outra hora. O fato é que as pessoas que
consomem NFTs hoje em dia, na sua maioria, são milionários excêntricos que
gostam de pagar quantias absurdas em itens exclusivos, como uma coleção de
coisas muito raras. Essas pessoas gastam seu dinheiro do jeito que quiserem e
tudo bem. O problema é que isso gera questões sobre a banalização da arte,
que já vem aparecendo há algum tempo no modernismo. Como qualquer coisa
pode ser um NFT, itens como um mero tweet sem graça acabam sendo
considerados arte.
A tecnologia veio para nos ajudar em todos os âmbitos, e assim
devemos utilizá-la. A arte evolui com o tempo, o que é natural. Porém a arte é a
expressão da cultura de um povo, e se a cultura do povo é gastar literalmente
milhões em coisas supérfluas, isso se reflete na arte, que acaba perdendo a
sua objetividade.